NOTA DE PESAR – CHICO DA SANTA (*21/09/1930 +11/06/2018)
Faleceu em Brasília – DF, aos 87 anos na noite desta segunda-feira, 11 de junho de 2018, o massapeense Francisco das Chagas Oliveira, popularmente conhecido por “Chico da Santa”, vítima de AVC seguido de falência múltipla dos órgãos, em consequência de um acidente sofrido em maio deste ano (queda da própria altura) na sua residência aqui em Massapê.
Casado três vezes com uma prole de nove filhos, Chico da Santa visitou vários estados, inclusive, ajudou construir Brasília, orgulhosamente na qualidade de Candango, sendo homenageado pelo próprio presidente Juscelino que lhe cumprimentou com um aperto de mão, em plena Praça dos Três Poderes. Exerceu o ofício de sapateiro aprendizado por Assis Joalheiro (avô materno do Ferreirinha) e somente aos quarenta anos de idade, despertou o talento pelas artes plásticas, notadamente esculturas em madeira. Autodidata e precursor na arte de esculpir em árvore viva, na década setenta Chico da Santa adquiriu notoriedade no âmbito nacional, com suas mais diversas obras, exemplos: esculturas simbolizando o jogador Garrincha na sua cidade natal Pau Grande (interior do Rio de Janeiro); o jogador Titico no Parque das Crianças em Fortaleza; Nossa Senhora da Conceição em Martinópolis; e em Massapê, esculpiu São Francisco na praça homônima; o ator global massapeense, Wilson Aguiar – o Nezim do Jegue, no então Balneário Aruanda; o rei do baião Luiz Gonzaga no Parque das Crianças, bem como, a imagem de Nossa Senhora de Fátima no santuário homônimo (a única de pé), restaurada periodicamente por ele e por Ferreirinha.
Reverenciado pela imprensa televisiva e escrita, Chico da Santa concedeu entrevistas conforme matérias estampadas nos principais jornais desse país, tais como, O Globo, O Dia e Fluminense, todos do Rio de Janeiro; Correio Brasiliense no DF; O Povo e o Diário do Nordeste aqui no Ceará, conforme recortes de jornais no seu livro de apresentação. Aposentou-se em 1977 na qualidade de funcionário público federal e desde então, dedicou seus anos de vida à monotonia da sua cidade natal que tanto amou, Massapê. Francisco para uns, Chico para outros ou simplesmente Xixico para os mais íntimos, assim era identificado, até o dia que foi contratado para esculpir a imagem de Nossa Senhora de Fátima, pelo então prefeito de Massapê Nilson Frota. E, em maio de 1986, ao participar de uma reunião política na casa de campo do ex-vereador Zé Leão, Chico, adentrando ao recinto, foi recepcionado pelo político Jacques Albuquerque, que ao apresentá-lo aos demais presentes disse: - Lá vem o Chico... Chico... Chico... Chico da Santa – emendou Zé Leão. Cristão fervoroso, ele confessava que em 2007 o seu Anjo da Guarda Ariel, em aparição, disse-lhe que viveria o dobro dos anos já vividos, o que significaria dizer que, em se concretizando tal profecia, Chico da Santa viveria até aos 114 anos, cujo atestado de óbito seria expedido somente em 2035. Seu nome, sobrenome e apelido são bíblicos:
- Francisco (alusão ao Santo Franciscano de Assis);
- Das Chagas (alusão ao martírio de Jesus Crucificado);
- Oliveira (alusão ao Monte das Oliveiras) e
- Chico da Santa, (alusão à escultura de Nossa Senhora de Fátima). Descanse em paz, meu amigo.
Ferreirinha, seu discípulo e fiel escudeiro, é artista plástico e historiador autodidata, com bacharelado em Direito e Ciências Sociais.
Texto: Ferreirinha.
Foto:Blog Aldenis Fernandes.
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