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quinta-feira, 23 de janeiro de 2020

Qual a diferença entre rinite e sinusite? Veja sintomas e tratamentos

Nariz entupido, redução do olfato e secreção nasal. Com base nesse quadro, você acharia que o problema é rinite ou sinusite? Ficou na dúvida? Especialistas afirmam que há realmente uma confusão entre elas, por causa de alguns sintomas semelhantes (como os citados anteriormente) e até pelos nomes parecidos.

"O 'ite' no fim das palavras significa inflamação. Enquanto a rinite é uma inflamação da mucosa do nariz, a sinusite atinge os seios da face, localizados nas bochechas, entre os olhos e acima deles", diz Cícero Matsuyama, otorrinolaringologista do Hospital Cema (SP).
Além do nome e dos sintomas, as enfermidades têm mais uma coisa em comum: em ambas, é indicado procurar um médico, se os sinais não cessarem após cinco ou sete dias. O otorrinolaringologista é o especialista mais indicado para avaliar o caso, fazer o diagnóstico e o tratamento corretos. Como as enfermidades são diferentes, é importante saber diferenciá-las, para evitar o uso desnecessário de antibióticos e corticoides.

A demora para procurar um médico é um problema comum, mas só piora o quadro. Segundo Denilson Fomin, otorrinolaringologista da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein (SP), o desvio de septo colabora com a hipoventilação, que por sua vez colabora com aumento de secreção no seio nasal. Esse acúmulo nos seios leva à predisposição para sinusite crônica.

"O pior é quando, além de não procurar um médico, o indivíduo usa continuamente o spray com corticoide sobre o desvio de septo. Ele não atinge a mucosa, e sim o desvio. O resultado é péssimo e pode criar até perfuração septal", diz Fomin. Antes de se estabelecer um tratamento ideal para a cavidade, é preciso conhecê-la.

O especialista diz que, se o indivíduo tem persistência de obstrução, secreção e incômodo, ele tem o direito de saber o que está acontecendo com o nariz. "E isso só é possível checando por dentro".

Rinite

Processo inflamatório da mucosa que reveste o nariz, a rinite pode ser de curta ou longa duração. As principais causas são as infecções por vírus, bactérias ou fungos e alergias (pó, bolor, pólen, pelo ou tecido de animais e ácaro, presente em cobertores, tapetes e carpetes, bichos de pelúcia ou roupas felpudas).
Os sinais mais frequentes da rinite são nariz entupido (obstrução nasal), secreção, espirros repetidos e coceira nasal. Mas você também pode observar os seguintes sinais:
  • Obstrução nasal intermitente ou persistente, bilateral ou não, principalmente à noite;
  • Secreção fluída clara, mas pode também ser amarelada e espessa;
  • Dor facial e frontal com sensação de peso;
  • Redução do olfato;
  • Coceira nos olhos, vermelhidão local ou lacrimejamento;
  • Fotofobia;
  • Sangramento nasal, decorrente do trauma da mucosa nasal, especialmente em crianças
  • Sensação de catarro que escorre atrás da garganta;
  • Prurido no ouvido, palato e garganta;
  • Dor de ouvido ou sensação de ouvido tampado e estalido ao deglutir.
O tratamento se baseia no tipo de rinite, mas é basicamente feito com anti-histamínico (antialérgico), descongestionante nasal de uso breve (não mais que dois ou três dias) e soro fisiológico hipertônico para redução do inchaço da mucosa. Os antialérgicos funcionam contra os sintomas quando há crise. O tópico é para desinflamar a mucosa e os corticosteroides reduzem o sintoma da coriza e a inflamação aos poucos.
Além dos medicamentos, fazer higiene ambiental e imunoterapia podem entrar na lista. Para a higiene, é preciso descobrir o alérgeno a combater, como o ácaro, por exemplo.

Sinusite

O processo de inflamação das mucosas dos seios paranasais (os ossos que rodeiam olhos, maçã do rosto e testa) pode ser provocado por bactérias, vírus ou também em decorrência de alergias. Mas as causas podem variar, influenciando a duração do problema. A sinusite crônica, por exemplo, pode ser causada por problemas anatômicos também, como desvio do septo ou estreitamento da cavidade nasal e da drenagem dos seios paranasais.
Os sintomas costumam ser mais graves, comparados aos da rinite:
  • Obstrução nasal;
  • Secreção nasal ou faríngea espessa, amarelada ou esverdeada;
  • Tosse;
  • Cefaleia (dor de cabeça);
  • Mal-estar;
  • Cansaço;
  • Irritação na garganta;
  • Redução do olfato.
  • Dor na face;
  • Febre.
O tratamento também se baseia em corticoides tópicos para desinflamar mucosa e, algumas vezes, em antibióticos. É importante ressaltar que não é sempre que a sinusite ataca que o indivíduo deve usar antibiótico. Se ela for fúngica, por exemplo, o antibiótico não vai adiantar. Entretanto, os números mostram que nem todos respeitam essa regra. Segundo a AAO-HNSF (Academia Americana de Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço), a doença é a quinta causa mais frequente do consumo de antibióticos.
Para o diagnóstico preciso, é necessária uma avaliação clinica e uma videonasofibroscopia (um endoscópio é colocado dentro da cavidade e checa se além da inflamação e infecção tem algum processo de obstrução mecânica). No caso da sinusite crônica (que dura mais do que três meses), pode ser necessária uma cirurgia, que "evoluiu muito", segundo Fomin. Ela é feita por meio de uma videoendoscopia, sem nenhum corte externo e com visualização muito precisa. "Removemos a mucosa doente, fungo ou pólipo sem necessidade de pós-operatório, tampão ou curativo externo", diz ele.

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